terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Pesquisa analisa jornalismo ambiental em Santa Catarina com ênfase nos direitos humanos e da natureza sob a perspectiva dos grupos RBS e NC



A pesquisa mais recente sobre jornalismo ambiental em Santa Catarina acaba de ser disponibilizada no repositório institucional da UFSC. É a dissertação de mestrado de Camila Collato intitulada “Jornalismo ambiental em Santa Catarina: direitos humanos e da natureza sob a perspectiva dos grupos RBS e NC”, defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC. 

Confira o resumo:

A presente pesquisa analisa os discursos das notícias e reportagens de jornalismo ambiental veiculadas nos jornais A Notícia (AN), Diário Catarinense (DC) e Jornal de Santa Catarina (JSC), no período de 2014 a 2018, em Santa Catarina (Brasil), últimos anos de circulação impressa diária regular destes periódicos no estado. Tal investigação objetiva compreender se os discursos presentes nos textos jornalísticos contribuem para a promoção de uma conscientização crítica e reflexiva dos leitores acerca dos temas pautados, conjugada socialmente à efetivação de direitos humanos básicos – à vida, a um ambiente ecologicamente equilibrado, por exemplo – e da Natureza. Para tanto, os procedimentos metodológicos estão divididos em duas etapas: a primeira, uma análise de conteúdo exploratória de 376 edições dos três jornais, a fim de obter uma amostragem representativa dos cinco anos contemplados pelo recorte temporal desta pesquisa, com a categorização das notícias e reportagens encontradas em sete identificadores temáticos e; a segunda, uma análise crítica do discurso (ACD) das três reportagens de jornalismo ambiental selecionadas a partir de critérios de pontuação qualitativa, sintetizados a partir da discussão teórica entre os autores e autoras referenciados nesta investigação. Esta última etapa examina sob quais referenciais e modos os conceitos e temas ambientais são elaborados e expressos nas reportagens e notícias de jornalismo ambiental no estado, os possíveis sentidos que emergem dessas interações entre seres humanos, não humanos e meio ambiente e as relações de poder potencialmente implícitas no contexto de produção jornalística. A partir dos resultados apresentados, foi possível considerar que o jornalismo ambiental, quando praticado pelos grupos econômicos de comunicação hegemônicos em Santa Catarina (RBS e NC) por meio do AN, DC e JSC: a) privilegia uma constituição antropocêntrica de sentidos, apoiando-se em uma base científica moderna em relação ao meio ambiente, sendo este abordado majoritariamente por meio do dualismo humano x Natureza; b) é fragmentário, ao apresentar uma baixa interlocução entre áreas de conhecimento e saberes e; c) por vezes, fatalista, ao furtar-se do papel de fomentador de um debate público crítico sobre responsabilidades e possíveis soluções diante dos problemas ambientais enfrentados pela população. Destaca-se ainda a baixa participação dos cidadãos, com a predominância de fontes documentais e oficiais, e um jornalismo ambiental orientado para a construção de sentidos de apelo modernizante por meio de discursos econômicos de matriz capitalista.

A dissertação pode ser encontrada em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/254439



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